Mais que um livro abordando A função do ensino e a formação do professor universitário, é um convite a professores universitários a uma autoavaliação de suas condições de ensino a partir de sua leitura, pontuando mudanças ocorridas - se é que houve - contrapondo fatos e exemplos recorrentes ao escrevê-lo. É um chamado a reconstrução de um pensamento novo e ousado à formação do professor universitário no Brasil. O trabalho retrata uma pesquisa realizada no período de 1978 - 1983, na UNESP, com 143 professores representando áreas de Ciências Exatas, Humanas, Saúde e Tecnológicas, percentual este, correspondente a 10% do total de professores da instituição, considerado o tempo de docência de 1 a 17 anos. Assevera que a partir da reforma universitária, 1968, assistiu-se, na universidade, ao embate de duas pedagogias: a humanista e a tecnocrática. Enquanto na primeira o homem é visto como o fim da educação, na segunda, ele é tomado como investimento racional e produtivo para o desenvolvimento econômico. Nesse embate, acabam por prevalecer a concepção e o encaminhamento tecnocrático. Recorre a Paulo Freire ao propor uma educação verdadeiramente humanista: não se trata de estender ao outro conhecimentos técnicos ou de depositar nos educandos informações ou fatos, assim como não é a 'perpetuação dos valores de uma cultura dada' nem um 'esforço de adaptação do educando ao seu meio'. A educação, na sua concepção humanista e, portanto, libertadora, é uma situação em que educando e educador são 'ambos sujeitos ao conhecimento que os mediatizam", e conclui, a educação superior pede um professor capaz de fazer do seu ensino a 'dobradura da porta' que se abre do passado para o presente, que prepara o futuro. Coloca o dedo na ferida, ao afirmar que a competência do professor se manifesta pelo conhecimento e habilidades. Saber o que ensinar e como ensinar. Não há mais espaço para improvisação na práxis educativa.
'A História é a majestosa Tôrre da Experiência que o tempo erigiu no espaço infindo dos anos decorridos. Não é fácil tarefa alcançar o cimo desse antigo edifício e gozar da vista dum panorama completo; não há ali elevador, mas os moços tem os pés fortes e podem tentar-lhe a ascensão. Aqui vos dou a chave que vos abrirá a porta. Quando votardes, compreendereis a razão do meu entusiasmo', Hendrick Willem Van Loon.
31 de janeiro de 2015
A FUNÇÃO DO ENSINO E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO / Thereza Marini. Paulus. São Paulo. 2013
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