31 de janeiro de 2015

A FUNÇÃO DO ENSINO E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO / Thereza Marini. Paulus. São Paulo. 2013

Mais que um livro abordando A função do ensino e a formação do professor universitário, é um convite a professores universitários a uma autoavaliação de suas condições de ensino a partir de sua leitura, pontuando mudanças ocorridas - se é que houve - contrapondo fatos e exemplos recorrentes ao escrevê-lo. É um chamado a reconstrução de um pensamento novo e ousado à formação do professor universitário no Brasil. O trabalho retrata uma pesquisa realizada no período de 1978 - 1983, na UNESP, com 143 professores representando áreas de Ciências Exatas, Humanas, Saúde e Tecnológicas, percentual este, correspondente a 10% do total de professores da instituição, considerado o tempo de docência de 1 a 17 anos. Assevera que a partir da reforma universitária, 1968, assistiu-se, na universidade, ao embate de duas pedagogias: a humanista e a tecnocrática. Enquanto na primeira o homem é visto como o fim da educação, na segunda, ele é tomado como investimento racional e produtivo para o desenvolvimento econômico. Nesse embate, acabam por prevalecer a concepção e o encaminhamento tecnocrático. Recorre a Paulo Freire ao propor uma educação verdadeiramente humanista: não se trata de estender ao outro conhecimentos técnicos ou de depositar nos educandos informações ou fatos, assim como não é a 'perpetuação dos valores de uma cultura dada' nem um 'esforço de adaptação do educando ao seu meio'. A educação, na sua concepção humanista e, portanto, libertadora, é uma situação em que educando e educador são 'ambos sujeitos ao conhecimento que os mediatizam", e conclui, a educação superior pede um professor capaz de fazer do seu ensino a 'dobradura da porta' que se abre do passado para o presente, que prepara o futuro. Coloca o dedo na ferida, ao afirmar que a competência do professor se manifesta pelo conhecimento e habilidades. Saber o que ensinar e como ensinar. Não há mais espaço para improvisação na práxis educativa.

23 de janeiro de 2015

A FILOSOFIA EXPLICA AS GRANDES QUESTÕES DA HUMANIDADE/Clóvis de Barros Filho e Júlio Pompeu: Casa do saber. São Paulo. 2013.

Conheci um dos autores, Clóvis de Barros Filho, numa entrevista no programa Canal Livre, na rede Bandeirantes de Televisão, juntamente com Mario Sergio Cordella, abordando um livro de autoria de ambos. Depois, num vídeo numa dessas aulas de pós-graduação, hoje sustentada por esse tipo de recurso ou o famigerado PowerPoint, ninguém merece. Trata-se da reinvenção da sala de Aula cujo resultado as notas das redações do ENEM acabaram de mostrar. Mas deixa isso pra lá, vamos falar do livro. Clóvis de Barros Filho faz o gênero stand up em suas apresentações, provavelmente, também, na sala de aula. Não deixa de ser um recurso, melhor alias que o PowerPoint. Júlio Pompeu eu não conheço, mas tive excelente impressão sobre seus escritos: Poder, Dominação, Justiça e Lei e Virtude. Os quatro primeiros temas: Ética, Moral, Liberdade e identidade ficaram sob a responsabilidade de Clóvis de Barros Filho. Os textos foram compilados de palestras que ambos fizeram nos espaços culturais Casa da Palavra e Casa do Saber. Um texto espirituoso e conciso em sua parte teórica, capaz de ampliar o campo de visão e de redefinir a vida sob nova perspectiva. Conteúdo consistente e essencial, principalmente àqueles que partem para uma prova de redação no ENEM.

17 de janeiro de 2015

NÃO ESPERE PELO EPITÁFIO - provocações filosóficas/Mario Sergio Cortella. Vozes. 2013.

Livro lançado em 2005, reeditado em 2013, trás uma seleção de crônicas publicadas pelo autor no jornal Folha de São Paulo, no período de 1994 a 2004. Pensatas (pensata, termo não encontrado nos dicionários da língua portuguesa, trata-se de uma palavra italiana traduzida como pensamento ou ideia e que também é encontrada significando ata, registro do pensamento, documento do pensamento) sobre questionamentos comuns ao ser humano contemporâneo, enriquecidas de sobremaneira através do cabedal cultural do autor. Me atenho a que recebe o título de Inteligência artificial, onde provoca o computador e seu uso, nós dá a dimensão exata da discussão nos cursos de formação de docentes, onde a palavra de ordem é a reinvenção da aula expositiva e o uso do computador na educação: a síndrome da modernidade. Sugere cautela com o que chama de informatolatria asseverando: tecnologia em si mesma não é requisito exclusivo para avaliar e fomentar a qualidade da produção e da vida humana. Enfim, Não espere pelo epitáfio é uma viagem questionadora do ser humano numa plataforma teórica que vai da filosofia, poesia, romance até a música popular brasileira.