Desde muito cedo Plínio Arruda Sampaio esteve estreitas relações com movimentos hoje denominados Eclesiais de Base e com a esquerda, ou seja, na interpretação de Bobbio, aqueles para os quais "a natureza humana não está definida a priori, não nascemos assim ou assado, mas somos produzidos pelo meio ambiente". Construindo o poder popular vem ao encontro de sua posição ideológica, ao propor um compêndio prático, como diz seu editor - "um instrumento de trabalho" onde apresenta exemplos de como associações ou grupos de pessoas devem proceder diante de uma reclamação ou reivindicação. Em seus capítulos desnudam aspectos básicos do processo: a força para conseguir a vitória, o objetivo da campanha, os adversários, os aliados, o conhecimento do assunto e a divisão de tarefas para se conseguir êxito naquilo que se deseja. Enganam-se aqueles que imaginam que esse livro-manual destina-se, em absoluto, aos movimentos populares. É de uma didática pedagógica universal escrito em linguagem simples e direta.
'A História é a majestosa Tôrre da Experiência que o tempo erigiu no espaço infindo dos anos decorridos. Não é fácil tarefa alcançar o cimo desse antigo edifício e gozar da vista dum panorama completo; não há ali elevador, mas os moços tem os pés fortes e podem tentar-lhe a ascensão. Aqui vos dou a chave que vos abrirá a porta. Quando votardes, compreendereis a razão do meu entusiasmo', Hendrick Willem Van Loon.
26 de agosto de 2014
13 de agosto de 2014
EDUCAÇÃO, ESCOLA E DOCÊNCIA: novos tempos, novas atitudes/Mario Sergio Cortella. - São Paulo: Cortez, 2014.
Cursos de pós-graduação e Pesquisas têm trabalhado a andragogia, salas de aulas do ensino superior, dinâmicas e processos de aprendizagem, estratégias de ensino e aprendizagem, educação inclusiva, etc. Neste contexto, não se pode desconhecer a quantidade e velocidade com que o conhecimento chega às pessoas. Os tempos mudaram, as gerações mudaram, a tecnologia mudou, aliás, tudo mudou. É ai que começa a discussão. O que é velho e o que é idoso. O que é moderno e o que é novo. O que é novo e o que é inédito. Cortela assim conceitua: Idoso é aquele que tem bastante idade, velho é aquele ou que já está pronto, que acha que não precisa mais aprender, que acha que não conseguirá mais aprender. Idosa é uma pessoa de 60, 70, 80 anos de idade, velho pode ser com 20, 30, 40, ou 60 anos de idade'. Quanto a proposta de um novo modelo educacional para o país alerta para que 'novo' não seja confundido com 'inédito'. E a plataformas existentes jamais acabará com o professor, como a televisão não acabou com o cinema. Será sim, uma ferramenta a mais. Aborda um assunto delicado, que é a questão de estar professor e não ser professor. E aí, faz uma distinção: 'emprego é fonte de renda e trabalho é fonte de vida ... É onde faço algo que me confere uma remuneração. Trabalho é aquilo que eu poderia fazer até de graça, e o faço como sentido da vida. Conceitua docência como um modo de existir ... uma maneira de ser humano ... um chamamento espiritual ... Mais forte do que uma simples vocação, Enfim, um livro que trás questionamentos interessantes, digno do pensador Mario Sergio Cortella.
12 de agosto de 2014
MEIO AMBIENTE & CEMITÉRIOS / Alberto Pacheco. - São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2012.
Noutro dia numa aula de pós mencionei este livro. Não precisa de dizer a reação de meus colegas. Realmente é um tema tabu que às vezes leva ao macabro. Sempre que procuro escrever tenho o cuidado de estudar sobre o assunto que escrevo. Não é nada interessante ficar no senso comum. Principalmente, quando o escrito tem como objetivo uma publicação. Meio Ambiente & cemitérios faz parte de uma coleção 'Série Meio Ambiente" coordenada por José Ávila Aguiar Coimbra, publicada pela Editora Senac São Paulo. Traz informações de interesse a profissionais, estudantes em arquitetura, ecologia, saúde publica, história, dentre outros. Iniciando no período pré-histórico aos dias atuais, o livro faz uma abordagem riquíssima sobre as práticas funerárias, incluso a putrefação dos corpos e seus efeitos para o meio ambiente. Observa a necessidade de se discutir os cemitérios por se tratar de 'um dos elementos indispensáveis a qualquer aglomerado populacional' garantindo a 'decomposição normal do corpo e aspectos respeitantes à utilização e à salubridade.
MEIO AMBIENTE & TEOLOGIA / Alex Villas Boas. - São Paulo: Editora SESC São Paulo, 2012.
Mais um livro pertencente à Coleção Meio Ambiente publicada pelo Sesc, sob a coordenação de José de Ávila Aguiar Coimbra. Mas o quem tem de semelhante entre a Ecologia e a Teologia? A verdadeira aliança da História que persiste acreditar na vida, define o autor. A busca do 'bem viver'. Se a maneira de consumo dos Estados Unidos da América se estendesse ao restante do Planeta, avaliam os ecologistas que teríamos a necessidade de mais três planetas para acumular o lixo produzido. E então? Ruth Benedict afirma em um de seus livros que 'a cultura é uma lente através da qual o homem vê o mundo'. O sentido da vida é o 'humano do humano'. É desvencilhar-se do que desumaniza. Para ser responsável pela vida, há que ser também responsável pelo Planeta. Chegou-se a um estágio de inteligência analítica (noos) que não mais se questiona o porque viver, mas a razão (Logos) de como viver.
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