O escritor, por
motivos óbvios, evitar uma coletânea de volumes, elegeu alguns parlamentares municipais, estaduais e federais
para retratá-los. Ante de terminar a leitura de suas 282 páginas, me veio à
cabeça uma utopia: se o cidadão brasileiro trabalha cinco meses no ano para
pagar impostos, porque não uma trégua em relação à corrupção publica e privada ou
publico/privada no Brasil em igual período de tempo? Certamente, seríamos a
nação mais rica do mundo! Aquela que realmente poderia afirmar ser Deus de
nacionalidade brasileira. Não se trata de absorver o que se encontra no
imaginário popular de que todo político é ladrão, ou de aquiescer o rouba, mas
faz. É ter consciência de que a corrupção existe e sempre existirá como sempre
existiu. Mas, as recentes publicações sobre esse tema no Brasil através do
jornalismo investigativo mostra uma realidade inacreditável, sem limites. Embasado
em obras clássicas como ‘A arte de Furtar’ atribuída ao padre Antonio Vieira, ‘Os
donos do poder’ de Raymundo Faoro, ‘Coronelismo, Enxada e Voto’, de Victor
Nunes Leal, ‘Cidadania no Brasil – o longo caminho’, de José Murilo de Carvalho
e, ‘Os contos e os vigários – uma história da trapaça no Brasil’, de José
Augusto Dias Junior, Chico de Gois faz uma análise de que no Brasil o
patrimonialismo é uma marca de nascença, Sérgio Buarque de Holanda trata desse
assunto em ‘O homem Cordial’. ‘Dirigentes tratam o governo como algo
que lhes pertence e que existe, antes de tudo, para o seu próprio usufruto’.
São 10 narrativas como parlamentares aumentaram ‘milagrosamente’ ou ‘competentemente’
seus patrimônios durante seus mandatos. Uma pequena amostragem. Ressalta não
tratar-se de regra geral, claro! Existem as exceções.
Luiz Humberto Carrião
(l.carriao@bol.com.br)