22 de janeiro de 2014

IDEIAS E PRÁTICAS FASCISTAS NO BRASIL / (org) Natália dos Reis Cruz. – Rio de Janeiro: Gramond, 2012.

Fascismos, modernidade e ‘pós-modernidade. A tentação conservadora / Gisele dos Reis Cruz e Jerônimo Marques de Jesus Filho.

A Ação Integralista Brasileira (AIB). Nacionalismo, Antissemitismo e Fascismo / Natália dos Reis Cruz.

Nem só mãe, esposa e professora: os múltiplos campos de atuação da mulher militante integralista / Leandro Pereira Gonçalves e Renata Duarte Simões.

Fascismo, Antifascismo e os Italianos no Brasil entre as duas Guerras Mundiais / João Fábio Bertonha.

Imagens a serviço da propaganda política da Ação Integralista Brasileira / Tatiana da Silva Bulhões.

O Nazismo no Brasil: uma breve leitura sobre a organização e a estrutura do partido / Nara Maria Carlos de Santana.

O Integralismo e a contrarreforma moral e intelectual nos anos 1950 / Gilberto Calil.

Pensamentos integralistas: aportes e suportes para um movimento de direita / Maria Regina da Silva Ramos Carneiro.


O neonazismo no Brasil. O caso da Editora Revisão. Natália dos Reis Cruz.

No prefácio Márcia Maria Mendes Motta – pesquisadora do CNPq e professora de História Moderna e Contemporânea da Universidade Federal Fluminense define: ‘ao reunir, neste livro, os estudos de uma nova geração de historiadores dedicados a analisar o fenômeno da intolerância expresso no movimento fascista no Brasil, Natália Reis organiza uma obra que vai na contracorrente dessa nossa memória apaziguadora, que nos engana, que nos coloca sem culpa, mas – exatamente por isso – nos cega e não nos permite ver como somos um país cuja história foi também construída no embate entre forças sociais desiguais, visões distintas sobre as potencialidades dos seres humanos e concepções diversas sobre o direito dos outros. Em outras palavras, ao analisarem o passado e o presente de nossas experiências autoritárias de tipo fascistas, os textos reunidos neste livro nos convidam a pensar sobre um passado e um presente que não nos incomodam, pois são frequentemente sublimados e mesmo esquecidos pela força de nossa memória nacional apaziguadora’.

A Revolução de 1930 trouxe em sua algibeira o rompimento com uma prática política sustentada pelas oligarquias rurais brasileiras, prática está já contestada pela classe média através de um movimento significativo que foi o Tenentismo e culturalmente, a contestação veio através da Semana de Arte Moderna de 22. Desses dois movimentos emergiram duas lideranças: uma do exército brasileiro, Luiz Carlos Prestes, com a Aliança Libertadora Nacional Libertadora (ALN), de orientação moscovita e, de outro, Plínio Salgado, intelectual destacado na Semana de 1922 com a Ação Integralista Brasileira (AIB).

Aos pesquisadores a busca das ‘motivações e argumentos’ que levaram 1 milhão de pessoas, num universo de 40 milhões de habitantes, em 1930, a aderirem às ideias do Movimento Integralista no Brasil. Também, uma foto publicada em ‘A Offensiva’, onde uma mulher (Blusa-verde) de cor negra é documentada fotograficamente discursando para homens num encontro integralista em 13 de julho de 1937.

Historicamente, tudo isso é muito recente para ser ‘esquecido’ pela historiografia brasileira.

Luiz Humberto Carrião (l.carriao@bol.com.br)